LAMARCKISMO & NEODARWINISMO





Lamarckismo:





O Lamarckismo ou lamarquismo corresponde às ideias desenvolvidas pelo naturalista Jean-Baptiste Lamarck sobre a evolução dos seres vivos. Jean-Baptiste de Lamarck foi um naturalista francês responsável pelas primeiras teorias sobre a evolução dos seres vivos. Ele nasceu no dia 1 de agosto de 1744, na cidade de Bazentin, na França. Faleceu em 28 de dezembro de 1829, sem o reconhecimento de suas ideias. Pesquisando sobre moluscos, Lamarck começou a pensar nas mudanças que ocorrem com as espécies ao longo do tempo. As suas ideias foram apresentadas em 1809, com a publicação "Philosophie zoologique". Isso 50 anos antes da "Origem das Espécies", publicação de Darwin. Essas ideias foram fundamentais para o conhecimento da evolução. Porém, atualmente, não são mais aceitas. Lamarck baseou sua teoria em duas leis principais: a lei do uso e desuso e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos. A lei do uso e desuso é resultado da observação de Lamarck de que certos órgãos podem se desenvolver mais se forem mais usados. Ao mesmo tempo, outros ficam atrofiados se não forem usados. Um exemplo clássico da lei do uso e desuso é sobre o pescoço das girafas. Elas teriam a necessidade de alcançar folhas mais altas nas árvores. Para isso, esticavam mais o pescoço, desenvolvendo a musculatura, levando ao seu aumento.
Lamarckismo

 Lamarckismo vs. Darwinismo:

Enquanto o Lamarckismo refere-se às ideias de Lamarck, o Darwinismo corresponde ao conjunto de estudos e teorias desenvolvidos pelo naturalista inglês Charles Darwin. Em comum, os dois naturalistas buscaram compreender os mecanismos da evolução dos seres vivos. Como vimos, as teorias de Lamarck falharam ao considerar que o maior uso de um órgão irá desenvolvê-lo e que essas características adquiridas ao longo da vida seriam transmitidas aos descendentes. As ideias de Darwin consideravam que qualquer espécie animal, inclusive o homem, evolui a partir de formas mais simples, em resultado da necessidade de melhor adaptação ao seu ambiente. Ele baseou sua teoria da evolução a partir do que chamou de Seleção Natural. Ela afirma que o ambiente atua selecionando as características mais favoráveis dos seres vivos, em detrimento de outras. Posteriormente, os estudos de Darwin foram apoiados com as descobertas da genética e originaram a Teoria Sintética ou Moderna da Evolução, também chamada de Neodarwinismo. Atualmente, o neodarwinismo é a teoria aceita pela ciência para explicar a evolução dos seres vivos.

Pensamentos diferentes sobre pescoço das girafas (Foto: Reprodução/Aura Celeste)


 Neodarwinismo:

O Neodarwinismo chamado também de "Teoria Sintética (ou Moderna) da Evolução" surgiu no século XX. Está relacionada com os estudos evolucionistas do naturalista inglês Charles Darwin e as novas descobertas no campo da genética. As lacunas que surgiram após a publicação da obra “Origem das Espécies" (1859) de Darwin, foram desvendadas pelo avanço dos estudos genéticos.
Aceita atualmente pela maioria dos cientistas, a teoria moderna da evolução se tornou um tipo de eixo central da biologia, aproximando disciplinas como sistemática, citologia e paleontologia.  O que Darwin e seus contemporâneos não conseguiram explicar começou a ser esclarecido poucos anos mais tarde pelo austríaco Gregor Mendel (1822-1884). O monge botânico realizou diversas experiências com cruzamento de plantas, em especial ervilhas, postulando duas leis:“Lei da Segregação dos Fatores” e a “Lei da Segregação Independente”. Mendel utilizava o nome fatores para definir os genes, termo criado em 1905 pelo biólogo holandês Wilhelm Johannsen. Muitos outros biólogos foram importantes no desenvolvimento da genética, como Walter Sutton que contribuiu para a teoria cromossômica de hereditariedade. A partir do conhecimento do mecanismo genético da hereditariedade, das mutações e recombinações gênicas, algumas das lacunas no processo evolutivo foram esclarecidas. Com isso, foi definida uma síntese da teoria da evolução que passou a ser uma referência fundamental para a explicação de muitos processos biológicos.


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 Mutações e Recombinações Gênicas:


A mutação pode ser definida como qualquer alteração no material genético de um organismo. Essa alteração pode ocasionar uma mudança correspondente no fenótipo do indivíduo. As mutações podem ocorrer de forma espontânea ou de forma induzida. De forma espontânea, ocorre devido a erros na replicação do DNA. E de forma induzida, quando o organismo é exposto a um agente mutagênico, como a radiação. As mutações podem ocorrer em células somáticas ou germinativas. A mutação gênica é caracterizada por alterações do código de bases nitrogenadas do DNA, que originam novas versões dos genes. Essa condição pode produzir novas características nos portadores da mutação. Os tipos de mutações gênicas são: substituição, inserção e deleção:
  • Substituição: ocorre a troca de um ou mais pares de bases;
  • Inserção: quando uma ou mais bases são adicionadas ao DNA, modificando a ordem de leitura da molécula durante a replicação ou a transcrição.
  • Deleção: ocorre quando uma ou mais bases são retiradas do DNA, modificando a ordem da leitura, durante a replicação ou a transcrição.
Recombinação gênica refere-se à mistura de genes provenientes de diferentes indivíduos que ocorre durante a reprodução sexuada. A recombinação gênica é responsável pela mistura entre os genes. Nos eucariontes, a recombinação gênica ocorre por meio de dois processos durante a meiose: a segregação independente dos cromossomos e a permutação (crossing over). Muitas combinações podem ser formadas entre a mistura de genes de dois indivíduos. Temos como exemplo, a mistura de cromossomos maternos e paternos: o número de combinações possíveis pode ser calculada pela expressão 2n. (n=número de pares de cromossomos do indivíduo). Assim, a espécie humana tem 223, ou seja, 8.388.608 diferentes combinações entre os cromossomos do pai e da mãe.  A recombinação gênica pode ser homóloga ou não-homóloga:
  • Recombinação gênica homóloga: ocorre entre sequências de DNA idênticas ou muito similares. Ou seja, entre sequências homólogas.
  • Recombinação gênica não-homóloga: ocorre entre sequências de DNA sem qualquer similaridade entre si.
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