A HISTÓRIA DAS COISAS (THE STORY OF STUFF)


A História das Coisas

O “História das Coisas” é a versão em português do “The Story of Stuff”, de Anne Leonard: um documentário  que aborda a sociedade de consumo, apontando para a necessidade de vivermos de forma mais justa e sustentável.
Esta obra aponta, de maneira extremamente didática e rica, o papel intenso que a mídia tem sobre o nosso padrão de consumo e como nossas relações estão intrinsecamente ligadas à economia de mercado. Só para se ter uma ideia, em apenas seis meses, 99% do que se foi consumido vai para o lixo. Assim, tal como no clássico “A Ilha das Flores” (de Jorge Furtado), o documentário nos lembra que tudo o que consumimos tem uma história oculta, cujo fim possivelmente chama-se lixo, e este nem sempre pode ser - ou é, de fato - reaproveitado ou mesmo reciclado.


Como as matérias-primas são limitadas, podemos afirmar que este sistema baseado no consumo desenfreado não pode sobreviver por muito tempo. A grande questão é que existe uma grande possibilidade de não sobrevivermos até lá, já que relações adoecidas (onde, muitas vezes, o que se tem é ser mais importante do que o que se é), liberação de produtos tóxicos no ambiente, desigualdades sociais, fome e problemas de saúde, dentre outros fatores, anunciam um colapso socioambiental. 


O consumismo é uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma ilimitada e sem necessidade bens, mercadorias e/ou serviços. Ele se deixa influenciar excessivamente pela mídia, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”. Depois da Revolução Industrial, que possibilitou o aumento da escala de produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, o mundo se modificou profundamente. Com a industrialização veio o desenvolvimento econômico nos moldes do liberalismo e o consumismo alienado, ou seja, é como se as mercadorias fossem entidades abstratas e autônomas, independentes dos esforços humanos. Porque agora o homem não consome mais, como outrora, os produtos que ele mesmo elabora. Ele se encontra apartado dos frutos de seu próprio trabalho.

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